sexta-feira, 14 de agosto de 2009

EDUCAÇÃO PARA CIÊNCIA E EPISTEMOLOGIA CIENTÍFICA NAS ESCOLAS: AS RELAÇÕES TEORIA/ PRÁTICA NO ENSINO MÉDIO PÚBLICO

Resumo expandido publicado no I COGEX – I CONGRESSO REGIONAL DE GESTÃO EXECUTIVA/UNICENTRO – Realizado de 22 a 26 de setembro de 2008


ALMEIDA, Caroline; NONATO JUNIOR, Raimundo. Educação para ciência e epistemologia científica nas escolas: as relações teoria/prática no ensino médio público. I COGEX - I Congresso Regional de Gestão Executiva - UNICENTRO. Guarapuava, 2008.

 
Palavras-chave: Educação Escolar, Epistemologia, Interdisciplinaridade.

Introdução:


O presente trabalho apresenta o desenvolvimento e alguns resultados já obtidos sobre a pesquisa “Educação para ciência nas escolas”, a partir de participação no grupo de estudos em Epistemologia do Secretariado Executivo, na UNICENTRO e de pesquisas bibliográficas. Esta pesquisa integra o Programa de Iniciação Científica Júnior (IC-JR), do Governo do Estado do Paraná. O objetivo central da referida investigação é refletir como os conhecimentos científicos/ epistemológicos típicos da universidade podem ser utilizados na Educação Básica, com vias a melhorar a dimensão crítica e cognitiva dos alunos. Para tanto, faz-se necessário uma apropriação dos conceitos acadêmicos e pesquisa de campo para aplicação destes conceitos em uma escola pública estadual.
Assim, o principal papel é o de estudar a gênese e a estrutura de conhecimentos científicos e buscar conhecimento interdisciplinar, a referida pesquisa ainda esta em desenvolvimento, devendo ser concluída até o próximo ano. Desta forma, objetiva-se desenvolver projeto indicando melhorias e citando deficiências do ensino na área científica.
Educação para ciência nas escolas - a idéia é fundamentar proposta de teoria e prática em que alunos do ensino fundamental e médio, não se tornem meros reprodutores de conteúdos técnicos. Então, por meio dos estudos que vêm sendo desenvolvidos, este trabalho propõe uma formação cientifica para os alunos do ensino médio durante o período escolar, ou seja, busca propor uma educação que discuta o conhecimento como unidade complexa, superando a figura do aluno imitador, que copia, reproduz e faz prova. Destaca-se a seguinte proposta: a educação para ciência propõe ter atitude de aprender pela elaboração própria, substituindo a curiosidade de apenas escutar pela de produzir.
Alunos com baixo nível de aproveitamento escolar apresentam maiores dificuldades para desenvolver pesquisas metodológicas e criticas, e é por este motivo que se desmistifica a realidade distorcida. Em busca de indícios que resultem em um melhor desenvolvimento educacional, elabora-se há quatro meses esta proposta de pesquisa.
Nesta investigação, a partir de alguns achados, deparamo-nos com as seguintes questões: pode o conhecimento cientifico operar a mudanças na educação escolar? Caso sim, que mudança? Estes são pontos fortes a refletir.

Métodos:


Esta investigação que ainda esta em desenvolvimento, ocorre por meio de pesquisa exploratória. Dividida em duas etapas: 1) Investigação teórica – bibliográfica (em livros, sites, e material usado no grupo de estudo referente à epistemologia, educação e ciência; 2) investigação de campo - por meio de observação no próprio colégio em que se realiza a pesquisa exploratória.
Resultados e Discussão:


Em suma, a tradição pedagógica insiste ainda hoje em limitar o pedagógico a sala de aula, à relação professor -aluno, educador –educando. Não seria esta a forma de cercear, de limitar a ação pedagógica? Para uma melhor educação em comparação com a realidade, percebe-se que abrir os muros da escola, ter acesso à rua, a cidade, enfim a vida é a melhor maneira para formação da classe estudantil.
A pesquisa poderia reintroduzir a adequação entre teoria e prática dispensando o recurso artificial ao conceito extrínseco de extensão. O que se propõe é que os alunos não sejam apenas alunos, mas - ao contrario - estudantes emancipados. Que os educadores ajudem a fugir da alienação, pois no futuro é a categoria dos estudantes que estará no mercado de trabalho.
Outro ponto da pesquisa relaciona-se ao estudo epistemológico que esta sendo realizado no grupo de estudo em Secretariado Executivo. Esta área, por sua vez, esta construindo uma teoria cientifica, pois, sabe-se que não existe prática fundamentada ser haver uma teoria.(NONATO JUNIOR, 2008). Livros encontrados nesta área demonstram o quanto é importante que uma área do conhecimento específico possua embasamento nas relações teoria/ prática. Desta forma, este trabalho vem discutindo: o conceito de Educação (BRANDÃ0, 1989), as relações sociais e políticas que envolvem o conhecimento educacional (FREIRE, 1990) e o papel da Pesquisa Científica no ambiente escolar (DEMO, 1989). Todas estas relações com a educação são traçadas a partir do viés de transição entre teoria/ pratica.
Como esta pesquisa trabalha com a utilidade da teoria cientifica para o ambiente
escolar, os estudos iniciais têm se fundamentado na apreensão das teorias e no mapeamento inicial da realidade. Até o momento, compreende-se que a Educação é um espaço amplo de conhecimento social, político e epistemológico. Isto leva à necessidade de estabelecer relações mais estreitas entre escola e universidade.


Considerações finais:


Ninguém escapa da educação, seja para saber, para fazer, para ser, ou para conviver (BRANDÃO, 1989). Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a educação participa do processo de produção de crenças e idéias, de qualificações e especialidades.
Pesquisa é o processo que deve aparecer em todo trajeto educativo, como princípio educativo que está na base de qualquer proposta emancipatória. Além do contexto empregado pelo professor, poderia haver também discussão critica das metodologias em uso: dialéticas, positivismos, estruturalismos, empirismos, sistemismos bem como, das questões cientificas e epistemológicas em geral. Assim, estimula-se a capacidade de detectar o fundo ideológico das produções cientificas, já que são condicionadas também socialmente, do que se pode inferir a concepção de ciência e de método; formação critica de espaço cientifico próprio.
Assim, esta pesquisa realizou breve mapeamento da utilidade e aplicação da Pesquisa Científica na escola pública pesquisada e pretende, na continuidade, realizar pesquisa de campo mais detalhada.
Os estudos científicos realizados até então por esta pesquisa na universidade têm possibilitado novas leituras no espaço pedagógico. E assim, epistemologia e educação encontram-se imbricadas, sendo necessário intensificar este debate interdisciplinar no âmbito da universidade e da escola.

Referências:


DEMO, P. Metodologia Cientifica em Ciências Sociais. São Paulo, Atlas, 1989.
FREIRE, P. Educação e Mudança. Tradução Gadotti, M. Rio de Janeiro, 1980.
BRANDÃO, R. C. O Que é Educação. São Paulo: Brasiliense, 2003.
SAVIANI, D. Pedagogia histórico – Critica. Acesso em 10/08/2008. Disponível em: http://www.chaves.com.br/TEXTSELF/PHILOS/dermeval.htm
NONATO JÚNIOR, R. Epistemologia do Secretariado Executivo: por uma teoria do conhecimento em Secretariado. FENASSEC - Federação Nacional das Secretárias e Secretários, 2008. Acesso em 28/08/08. Disponível em: www.fenassec.com.br.

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